.
me pediu água
várias vezes
e segurava o copo
de vidro, sempre
- minha - a fragilidade
de pensar vê-lo
cair
- crianças são mais fortes
que pulmões, são
ar corrente -
ela se chamava
pietra
e segurava o copo como
um aquário, como
se um seu
peixe o habitasse
ou um bicho de luz
afogando-se desesperado
- ela mesma
me apontou: olha
o bicho
ela se chamava
pietra
e retinha tudo nos olhos como pedras
bem escuras
de estarem continuamente
recém
submersas
.
"Sou gêmeo de mim e tudo/ O que sou é/ Distância./ ..."
(Daniel Faria)
(Daniel Faria)
.
21 de mai. de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
.
.
.
.
.
foto de Damien Peyret
Um comentário:
Muito bom Bruno! Poucos poetas jovens hoje em dia tem essa sua sintonia fina ao escrever um poema...
Postar um comentário