só a distância é certa
das coisas que rangem
às gotas
entre as
escarpas sazonadas
as variações
de embaçamentos
ao sol
as profusões
de contas
os milagres
de pulverizações
o mundo
é feito de imagens
quando travam
às transações
então escrevo
com outras imagens que
travam onde
transitam
em busca de
afinidades com
a brisa
nas coagulações íntimas
menos que estridentes
como os canaviais
mares mortos
de uma fotossíntese
verde quase
amarela
que se dissipa
aos crepúsculos quando vêm
circundar sempre
a mesma coisa
como se saturados
de palpitações
o tempo minado
é o tempo minado
para que se forjam
álbuns de fotografia
e cabelos mudados
nem sempre intentamos deserções
menos febris
sempre sobram
confusões de elasticidades
e papéis picados
à fatalidade
de nunca mais encontrar
se nos propomos a jogar
com transparências
na verdade
é sempre
outra carne
na luz que é
vigilância aracnídea
como essa praça: é sumamente
o que é
e sentimos
seu frescor suntuoso
misteriosamente verdes
como monges
recém-admitidos
definição para
monges recém-admitidos:
abelhas inconsoláveis
incomodadas
com as próprias listras
como ninguém
a orar
trajando o luto
das falsas trajetórias
que suas asas jamais
poderiam refletir
novamente
assim, arrebatadas
pela luz
definição para
asas de abelhas:
a essência
das coisas por estirpar
como a luz de sódio
desses postes ao amanhecer
quando estiverem azul
e laranja entranhados
na cortina bege
de tal forma que
já não poderiam ser
outra cor
de repente o laranja
some
e o azul estira-se
num branco
que não abrange nada além
da própria ausência
nem o mundo inteiro cabe
de repente prendemos
a abelha no copo
sem saber ao certo
por que
não medimos
nossas próprias dimensões
.
2 comentários:
bravo! belas imagens, bruno
Imagens interessantes. Belo texto.
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