I
um filete de luz por onde me verta
como num vão
pela porta entreaberta
uma enxurrada
de luz escancarando
-me afora
II
algo cortante feito uma fissura
que se rasgue
com dedos ávidos
de ver
o fora
o fora
do fora
e assim por diante
III
um golpe desferido
feito um gole
abrupto
a água gelada
e rápida
me calando
um clarão
descendo pela garganta
descerrando-me
IV
todo embrulho tem um rasgo
mínimo que seja
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"Sou gêmeo de mim e tudo/ O que sou é/ Distância./ ..."
(Daniel Faria)
(Daniel Faria)
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8 de jan. de 2010
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foto de Damien Peyret
3 comentários:
não vou te culpar, nem suas palavras... provavelmente o alcool tenha mais culpa... mas... eu..não...entendi
haha, odeio isso. mas pensa aí, o espírito desse poema é ser bem metafórico mesmo. tipo, tudo metáfora. acho mais legal fazer esse tipo de poema do que ler. mas esse nem te passa uma impressão? ou várias?
às vezes só relendo e refletindo mesmo - se vc tiver saco pra isso. mas busque impressões, sinta o q vc quiser do poema. não liga pra entender, embora dê pra entendê-lo sentindo ou senti-lo entendendo, como quiser.
Engraçado, acho que entendi tudo.
Até os comentários
Ou será que não?
edo...
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