"Sou gêmeo de mim e tudo/ O que sou é/ Distância./ ..."
(Daniel Faria)

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17 de mar. de 2009

piano sem mãos

não se ouve mais
além das paredes.

o piano deixado
como num último improviso
não sustenta retratos

o piano sem mãos
são notas ocas de madeira
velha

fúnebres, sem
marcha


3 comentários:

Lu Paes disse...

Oi, Bruno!
Primeiro, obrigada pelos elogios! Eu nunca pensei que um texto tão pessoal pudesse causar tantas reações, tão boas!

Segundo, adorei seu poema! recentemente eu conclui um texto que falava, em parte, sobre um piano que deixou de ser tocado...A história na verdade era sobre uma viúva e seu falecido marido pianista...
Falando nisso, você ainda faz aulas de piano, certo?
Você sempre tocou muito bem!

Beijos da Lu Paes!

LRP disse...

Piano é aquele tipo de imagem que merece uma antologia. Murilo Mendes, Cesar Vallejo... Gostei do poema!

Palavra de confirmação: hetionve

LRP disse...

16 anos, tsc, tsc... O bom é que comparados com o Jorge sempre estamos todos atrasados e adiantados: ele escrevia sonetos desde os 8 e só escreveu Invenção de Orfeu um ano antes de morrer.

Continuemos, por tanto.

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foto de Damien Peyret

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